31.1.07
Aldeia Global (2)
Tem, inclusive, um impacte muito sério para quem, como eu, gosta de viajar. Não, não se trata apenas do risco de perder algumas das maravilhas que por agora ainda damos como adquiridas (vejam os exemplos a seguir, que retirei da edição de Janeiro da Travel & Leisure) ou de vir a ficar sem, para os que gostam de esquiar, boa parte das estâncias mundiais de Inverno num futuro próximo. Trata-se, isso sim, da emergência de adoptar uma atitude mais consciente e de não continuar a adiar o inevitável sob a desculpa de que a Natureza arranja sempre maneira de se regenerar. Passa, por exemplo, pelos hotéis e resorts levarem a sério o conceito de "amigo do ambiente", pelas companhias aéreas adoptarem uma prática mais eficiente de controlo energético, ou ainda pela indústria do turismo estudar formas de contribuir para travar o aquecimento global. Afinal, quem no seu juízo perfeito deseja que as previsões de hoje se tornem os factos de amanhã?
Cidades Costeiras

Barreira de Coral

Glaciares


30.1.07
Perdições (8)

Aldeia Global (1)
Mulheres de todo o mundo, a conhecida marca italiana de malas e acessórios Mandarina Duck, com lojas em Portugal, e o criador japonês Yohji Yamamoto uniram-se para vos facilitar ainda mais a vida em viagem (e não só). A nova colecção Y's Mandarina inclui um modelo, o Tablier, que se transforma em vestido com uma silhueta ajustável e muita arrumação. Para quem achou piada à ideia, duas más notícias: não consta que o modelo vá ser distribuído em Portugal e parece que custa qualquer coisa como 1000 euros (mas vale por dois, certo?). Aos homens, até ver, não toca nada.
29.1.07
Perdições (7)
Chocolate com griffe

Outra dica preciosa: existe em Carcavelos, desde 2003, o Cacau Clube, uma associação não lucrativa que visa dar a conhecer o chocolate. O Cacau Clube organiza, entre Fevereiro e Março, três sessões que vão incluir, no final, a degustação de uma sobremesa criada por um chefe de renome. Mais informações através do e-mail: cacau.clube@telepac.pt
Chocolate à alentejana

Chocolate de autor

Chocolate com pimenta

26.1.07
De olho no fim-de-semana (3)
Está a decorrer, até ao próximo domingo, mais uma edição da Bolsa de Turismo de Lisboa (FIL, Parque das Nações, Lisboa). Com abertura ao público, entre as 13h00 e as 23h00 (dia 27) e entre as 13h00 e as 20h00 (dia 28), a entrada custa €4,50 (bilhete normal), €12 (bilhete família) e €2,50 (jovens e séniores). Para além de ficarem a par das novidades de Portugal e do mundo, podem ainda provar comida regional nas tasquinhas do pavilhão 4. Sugiro que passem pelo stand da British Airways e que experimentem as novas poltronas do Club World. Para quem, habitualmente, só viaja em económica, pode ser uma oportunidade única para se sentar (e deitar, que é essa a ideia, com direito a coberta de dupla face, almofada com fronha de linho e tudo) numa poltrona da classe executiva pensada para voos de longo curso. Confesso que estava à espera de mais espaço, mas...
De olho no fim-de-semana (2)

Para quem está no Porto, ou não vai andar longe neste fim-de-semana, uma boa sugestão. O restaurante Porto Novo, comandado pelo chefe Jerónimo, prova por que razão o Sheraton Porto Hotel & Spa conquistou o seu espaço entre nós. Os jantares e as semanas temáticos sucedem-se a bom ritmo e, desta feita, trata-se de descobrir a gastronomia alentejana com toque de autor. Sábado e domingo, há almoço e jantar, mas o destaque vai todo para o simpático buffet de família do dia 28. Reservas e informações pelo tel.: 220 404 000.
De olho no fim-de-semana (1)
Esta é uma boa dica para os amantes de chá. Eu não fui lá (ainda), mas confio em quem me passou a informação. A First Flush tem agora uma loja na Rua do Crucifixo, 108-110, à Baixa de Lisboa, onde é possível comprar, para além dos tradicionais apetrechos, chás e infusões frescos ao quilo. E, para os indecisos, eles organizam degustações das 12h00 às 14h00 e das 17h00 às 19h00. A menos que me desiluda, acho que ganharam mais um freguês.
Água para que te quero!
Da próxima vez que pedir água à refeição, vou pensar duas vezes. Bom, se calhar até não vou, mas, uma coisa vos garanto, vou a passar a enxergar a água com outros olhos. Serve isto para dizer que num destes dias fui convidado pela Maison de la France ― pela região de Rhône-Alpes, se quiser ser mais exacto ― para uma degustação de águas… Estranhei o convite, mas, na dúvida, resolvi ir conferir.
Antes que se apressem a tirar conclusões precipitadas, esclareço: não sendo eu um perito na matéria, ainda chego a distinguir a água da torneira de água mineral, a saber se o gás é natural ou induzido ou até a estabelecer as minhas preferências em matéria de marcas, proveniências e paladar (mais salgado ou doce consoante as ocasiões). Mas fico-me por aqui. É claro que já tinha ouvido falar de alguns bares de águas ― um dos pioneiros surgiu no célebre armazém Colette, em Paris, com mais de cem variedades ―, mas, confesso, curiosidade à parte, nunca me predispus a gastar um bom dinheiro para ir “apenas” beber água.
Introduzido o tema, devo dizer-vos que os franceses sabem, de facto, vender uma ideia. Como se de vinhos se tratasse, deram-nos a provar várias águas da região em copos próprios de pé alto, que pudemos apreciar pela densidade (podem ser mais ou menos encorpadas), pela tonalidade contra um fundo branco (e oui, as águas têm tonalidades diferentes) e saborear. Mentir-vos-ia se dissesse que fui capaz de ir além do salgado e doce, do metálico ou apimentado, mas o certo é que um palato treinado, tal como nos vinhos, consegue efectivamente distinguir todas as nuances de uma água. E assim aprendi (mais) uma lição: existem águas boas como aperitivo (normalmente as mais aromáticas, que podem substituir o vinho branco), outras que vão bem com saladas (as que possuem um ligeiro sabor acidulado, com um toque alimonado), outras que casam com pratos muito condimentados (ai é bom que deixem uma certa efervescência na boca), outras para molhos (caso da famosa Evian, conhecida por ter um gosto salgado e adstringente), outras que vão bem com peixe (convém que sejam salgadas e ligeiramente efervescentes), outras para acompanhar queijos (aqui têm mesmo de ser adstringentes) ou sobremesas (águas doces e suaves), e ainda as que fazem as vezes de digestivos (fortemente efervescentes e de paladar fresco, o que ajuda a limpar, não a eliminar okay?, a gordura e a refrescar a boca). Para muitos, estou certo, tudo isto pode parecer uma tremenda frescura, mas eu, que fui cheio de dúvidas, gostei. Depois, parece-me uma óptima alternativa para quem não quer ou pode beber álcool, mas ainda assim deseja tirar o máximo partido do que está a comer e a beber.
24.1.07
Rapidinhas (1)



Tóquio O metro de Tóquio, numa iniciativa conjunta com a Embaixada portuguesa, lançou 300 mil exemplares de um novo bilhete. Até ai nada de novo não fosse esse bilhete trazer impressa uma imagem do Palácio da Vila, em Sintra. Este monumento, que está na lista do Património Mundial da UNESCO, não aparece por acaso, já que Sintra é uma das vilas mais visitadas em Portugal pelos turistas nipónicos.

Viena Já todos estamos cansados de saber que a tradição não é mais o que era, mas havia necessidade de convidar a azougada Paris Hilton (a foto é de David LaChapelle e está em exibição, em Berlim, na Fundação Helmut Newton) para figura de destaque no famoso Baile da Ópera de Viena? Richard Lugner, um bem sucedido empresário da construção civil, achou que sim e quer tê-la, no próximo dia 15 de Fevereiro, no seu camarote, enquanto desfilam as debutantes com toda a pompa e circunstância. Afinal, e bem vistas as coisas, por que não? Por lá já passaram, também como convidadas de honra, Grace Jones, Joan Collins, Pamela Anderson ou Sarah Ferguson, todas elas igualmente mediáticas... e escandalosas.
23.1.07
Músicas do Mundo (2)
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim chegar e partir
São os dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também despedida
(Encontros e Despedidas, na voz de Maria Rita)
22.1.07
Antestreia: Diamante de Sangue





21.1.07
De olho no Lisboa-Dakar (12)
A posteriori No décimo post dedicado a esta edição do Lisboa-Dakar, dei conta da tomada de posição do Vaticano em relação à dureza desta prova. Nem de propósito, ontem li sobre o trabalho que a organização tem desenvolvido nos últimos anos, associada a uma ONG, para melhorar as condições de vida dos países africanos por onde costuma passar o rali. Ajudam na recolha e tratamento de lixo, dão material escolar, tentam melhorar e diversificar o tipo de culturas agrícolas, entre outras coisas. Pode até ser pouco para o grande proveito que tiram com a realização do Dakar, mas, ainda assim, está longe de corresponder ao retrato mercenário e exagerado que o Vaticano pintou.
Cumpriu-se a tradição com a chegada ao fabuloso Lago Rosa, em Dacar, no Senegal. Terminou a 29ª edição do Dakar. A segunda com partida em Lisboa (a organização, para além de 2008, está a negociar para ver se até 2009 o mítico rali não muda de endereço).
O dia de ontem ficou marcado pela morte de um motard francês, por paragem cardíaca, e pela falta de companheirismo do norte-americano Mark Miller, que, pela segunda vez neste Dakar (a outra foi em Marrocos), bloqueou por quase uma hora a passagem do seu colega de equipa, o português Carlos Sousa, e impediu-o, provavelmente, de ganhar a Especial. Mesmo assim, Miller viu o seu esforço compensado e, na recta final, conseguiu destronar o piloto do Qatar e terminar na quarta posição da Geral. Carlos Sousa manteve a sétima posição, mas, não fossem os problemas técnicos que os Race Touareg II demonstraram, teria feito muito melhor. Repetiu a posição, mas teve a sua melhor performance desde sempre. Miguel Barbosa termina na 24ª posição e tem o seu futuro em aberto. Nas motos, Cyril Desprès acreditou até ao fim, beneficiou do infeliz acidente de Marc Coma e venceu o Dakar. Hélder Rodrigues, o melhor português em prova, leva para casa o quinto posto e foi terceiro na Especial de hoje. O brasileiro Jean de Azevedo, quarto na Etapa, prova que poderia ter feito bem melhor do que "apenas" a 25ª posição. Paulo Gonçalves classifica-se em 23º e Nuno Mateus em 32º. Nos camiões, o brasileiro André de Azevedo assegurou a quinta posição e Elisabete Jacinto, 21ª na Geral, acaba por não cumprir, por um fio de cabelo, o seu objectivo inicial de ficar entre os 20 primeiros. A Mitsubishi, grande estrela de outras edições, acaba por sagrar-se mais uma vez vencedora nos automóveis, mas leva como amargo de boca o facto de não ter conseguido que nenhum dos seus carros vencesse uma Especial. O certo é que Stéphane Peterhansel já conta com nove vitórias no Dakar (esta foi a terceira em carros), e isso ninguém lhe tira. Para o ano há mais.
20.1.07
Músicas do Mundo (1)
Não sei se já vos aconteceu, mas comigo passa-se frequentemente. Estou num determinado lugar e escuto uma música, que posso até já conhecer, mas, a partir dessa altura, uma e outro passam a ficar associados para sempre na minha memória. Um desses (felizes) acasos deu-se entre uma música de Katie Melua e uma estada em Marrocos. Estava alojado no Dar Zemora, uma casa esplêndida nos arredores de Marraquexe, e das janelas do meu quarto verde-jade podia ver o jardim, onde, lembro-me bem, as primeiras rosas, as soberbas rosas marroquinas, começavam a despontar. Ainda era Inverno na Europa, mas por ali vivi uma Primavera temporã. Na aparelhagem, também não esqueço, não parava de tocar Nine Million Bycyles. É como ela, e com um punhado de rosas, que vos desejo um bom fim-de-semana.
That's a fact,
It's a thing we can't deny
Like the fact that I will love you till I die.
We are twelve billion light years from the edge,
That's a guess,
No-one can ever say it's true
But I know that I will always be with you.
I'm warmed by the fire of your love everyday
So don't call me a liar,
Just believe everything that I say
There are six BILLION people in the world
More or less
and it makes me feel quite small
But you're the one I love the most of all
We're high on the wire
With the world in our sight
And I'll never tire,
Of the love that you give me every night
There are nine million bicycles in
That's a Fact,
it's a thing we can't deny
Like the fact that I will love you till I die
And there are nine million bicycles in
And you know that I will love you till I die!
(Nine Million Bicycles, Katie Melua)
19.1.07
De olho no Lisboa-Dakar (11)
O Dakar é mesmo uma prova imprevisível até ao último instante. O motard espanhol Marc Coma fez um Dakar irrepreensível e tinha tudo para ganhar folgadamente aos seus mais directos adversários no domingo, mas eis que o azar lhe bateu à porta na Etapa de hoje, de ligação entre o Mali e o Senegal. Perdeu-se e deu um tombo aparatoso, pelo que teve de ser evacuado de helicóptero e abandonar a competição. Esteve Pujol também sofreu um revês, pelo que o português Hélder Rodrigues, sétimo na Geral, beneficiou da situação e ascendeu, finalmente, ao Top 5. O Dakar é mesmo assim, o azar de uns é a sorte de outros, e o português tem feito uma óptima prova. Nas motos, Paulo Gonçalves subiu para 26º e Nuno Mateus para 32º da Geral. Nos carros, a Mitsubishi, que se prepara para ganhar esta edição, ainda não conseguiu vencer uma única Etapa. Carlos Sousa foi o quarto mais rápido do dia, mas para subir da sétima posição só mesmo contando com o infortúnio alheio... Miguel Barbosa foi 9º, sobe para 26ª da Geral, e prova que tem potencial para fazer mais e melhor numa próxima edição. Elisabete Jacinto manteve a 21ª posição da Geral nos camiões. O dia de amanhã, antes da grande final no domingo, pode servir para alterar a posição de pilotos que estão apenas a segundos uns dos outros, como é caso do americano Mark Miller e do piloto do Qatar, quinto e quarto, respectivamente, na Geral dos automóveis. A ver vamos.
(As minhas) Perdicões (7)
If it makes you happy, it can't be that bad
(Sherly Crow)
