21.1.07

De olho no Lisboa-Dakar (12)

(Lago Rosa, Dacar, Senegal, direitos reservados)

A posteriori No décimo post dedicado a esta edição do Lisboa-Dakar, dei conta da tomada de posição do Vaticano em relação à dureza desta prova. Nem de propósito, ontem li sobre o trabalho que a organização tem desenvolvido nos últimos anos, associada a uma ONG, para melhorar as condições de vida dos países africanos por onde costuma passar o rali. Ajudam na recolha e tratamento de lixo, dão material escolar, tentam melhorar e diversificar o tipo de culturas agrícolas, entre outras coisas. Pode até ser pouco para o grande proveito que tiram com a realização do Dakar, mas, ainda assim, está longe de corresponder ao retrato mercenário e exagerado que o Vaticano pintou.

Cumpriu-se a tradição com a chegada ao fabuloso Lago Rosa, em Dacar, no Senegal. Terminou a 29ª edição do Dakar. A segunda com partida em Lisboa (a organização, para além de 2008, está a negociar para ver se até 2009 o mítico rali não muda de endereço).
O dia de ontem ficou marcado pela morte de um motard francês, por paragem cardíaca, e pela falta de companheirismo do norte-americano Mark Miller, que, pela segunda vez neste Dakar (a outra foi em Marrocos), bloqueou por quase uma hora a passagem do seu colega de equipa, o português Carlos Sousa, e impediu-o, provavelmente, de ganhar a Especial. Mesmo assim, Miller viu o seu esforço compensado e, na recta final, conseguiu destronar o piloto do Qatar e terminar na quarta posição da Geral. Carlos Sousa manteve a sétima posição, mas, não fossem os problemas técnicos que os Race Touareg II demonstraram, teria feito muito melhor. Repetiu a posição, mas teve a sua melhor performance desde sempre. Miguel Barbosa termina na 24ª posição e tem o seu futuro em aberto. Nas motos, Cyril Desprès acreditou até ao fim, beneficiou do infeliz acidente de Marc Coma e venceu o Dakar. Hélder Rodrigues, o melhor português em prova, leva para casa o quinto posto e foi terceiro na Especial de hoje. O brasileiro Jean de Azevedo, quarto na Etapa, prova que poderia ter feito bem melhor do que "apenas" a 25ª posição. Paulo Gonçalves classifica-se em 23º e Nuno Mateus em 32º. Nos camiões, o brasileiro André de Azevedo assegurou a quinta posição e Elisabete Jacinto, 21ª na Geral, acaba por não cumprir, por um fio de cabelo, o seu objectivo inicial de ficar entre os 20 primeiros. A Mitsubishi, grande estrela de outras edições, acaba por sagrar-se mais uma vez vencedora nos automóveis, mas leva como amargo de boca o facto de não ter conseguido que nenhum dos seus carros vencesse uma Especial. O certo é que Stéphane Peterhansel já conta com nove vitórias no Dakar (esta foi a terceira em carros), e isso ninguém lhe tira. Para o ano há mais.

3 comentários:

Custódia C. disse...

E os pilotos Portugueses começam a dar-se muito bem com o Dakar!

Suzi disse...

E os brasileirinhos aparecem, mesmo discretamente...
;o)

Anónimo disse...

Chegar ao fim, nesta prova (e ainda mais para aqueles que correm sem uma grande marca por trás, muitas vezes mesmo sem apoio mecânico), é uma vitória.