8.1.08

Rio: Santa Teresa

Vista para a Baia de Guanabara, a partir da Mama Ruisa, foto de JMS


“Da janela, vê-se o Corcovado / O Redentor, que lindo!” (Corcovado, António Carlos Jobim). Não é só o Corcovado, nem a baía de Guanabara, que eu avisto da varanda do Mama Ruisa. Situado numa ladeira de Santa Teresa, este antigo casarão, como tantos outros que existem por aqui, belíssimos, foi comprado pelo francês Jean-Michel Ruis e transformado numa pousada de muito bom gosto, onde não faltam apontamentos como as cadeiras Anel, criadas pelo falecido designer brasileiro Ricardo Fasanello ― cujo atelier (e produção) é mantido pela sua família no nº42 da rua do Paraíso.


Sala de estar da Mama Ruisa, Santa Teresa, foto de JMS


Neste bairro altaneiro existem ainda outras três ― Solar da Santa, Castelinho 38 e Rio 180 ―, surgidas entre 2006 e 2007, também nas mãos de estrangeiros que se apaixonaram pelo local; sem mencionar as casas de moradores, mais modestas, que aderiram ao conceito de cama e café de Leonardo Rangel e João Vergara. É, Santa Teresa está na moda.


Piscina da Mama Ruisa, Santa Teresa, foto de JMS


Para quem chega à espera de encontrar um bairro boémio e popular, que se tornou conhecido pelos blocos de Carnaval de rua, bares e ateliers, vai ter de se conter para não se sentir arrebatado pelo seu dédalo de ruas e ladeiras a pique, entre bolsas de verde e vistas panorâmicas, pelo acervo do museu Chácara do Céu (R. Murtinho Nobre, 93), antiga casa do coleccionador Raymundo Castro Maya, ou ainda por um prazenteiro almoço de domingo no Aprazível (R. Aprazível, 62), um restaurante que mais parece um refúgio, escondido entre denso arvoredo, com cozinha brasileira esmerada e recomendada.



Aprazível, Santa Teresa, foto de JMS


Podem subir a Santa Teresa de táxi, mas nada se compara a uma viagem no histórico “bondinho”, que atravessa os Arcos da Lapa, um aqueduto do século XVIII ― saídas da rua Prof. Lélio Gama, junto ao edifício da Petrobrás e da cónica catedral Metropolitana, talvez a obra mais incompreendida e mal-amada de Oscar Niemeyer.

3 comentários:

marta r disse...

Pronto, tá combinado almoço no Aprazível no próximo Domingo!

(As suas fotos estão magníficas!)

Luís F. disse...

Estou com a Martinha!!!!

Suzi disse...

É muito gostoso ver o Rio pelos teus olhos.
Santa Teresa é mesmo um charme, mas o curioso é perceber que você é quem me apresenta algumas coisas do Rio, como, por exemplo, essa coisa maravilhosa chamada "Mama Ruisa". Uau!

As fotos estão perfeitas, mesmo, como disse a Martinha.
E se tiverem adiado para este domingo, o almoço, me liguem!
;o)


(comecei por este post pra seguir a seqüência direitinho; aos poucos coloco a leitura toda em dia. beijinhos.)