12.2.07

Diários de São Paulo (1)

(Alex Atala, DOM, São Paulo, direitos reservados)



Não podia ter escolhido hora mais complicada para aterrar em Sampa. Dia de dilúvio, com direito a estradas alagadas e aeroporto de Congonhas (utilizado para os voos domésticos) fechado por seis vezes na mesma jornada. Felizmente viemos por Guarulhos, o aeroporto internacional, e chegámos ao final do dia, o que nos livrou de boa.
Fora isso, o tempo tem estado cinzento, a fazer jus ao apelido de "Terra da Garoa". Mas, acreditem, tudo isso se torna pequeno perante o que São Paulo tem para oferecer. Sei bem que muita gente torce o nariz a cidades enormes (a população de São Paulo anda nos 10 milhões, mas se juntarmos a periferia sobe, imaginem, para cerca de 20 milhões), com trânsito caótico e criminalidade, mas há que saber enxergar mais longe. Esta cidade é um show em matéria de óptimos hotéis (estou agora no Emiliano, na foto, em plena Oscar Freire, onde os empregados nos tratam pelo nome, com direito a mordoma, carta de chás pensada pelo músico Ed Motta e um Dj que actua, no lobby do hotel, todos os dias), de restaurantes e de design. Tenho comido muito bem (mais do que deveria, enfim...), e, sempre que posso, aproveito a oportunidade para conversar com chefes como Alex Atala, do D.O.M. Alex ascendeu à categoria dos supra-sumos da culinária mundial ao ter integrado o pelotão dos 50 melhores chefes do mundo, mas está longe de ser uma vedeta oca. Ele faz pesquisa, não sai da cozinha (apesar das muitas solicitações) e não abdica de ter um papel activo na questão social e na importância de as pessoas aprenderem a utilizar melhor os recursos naturais que possuem. Em matéria de cozinha contemporânea, ali começamos a comer com os olhos (cada prato parece uma pintura), mas somos também surpreendidos com sabores inusitados (provei um sorbet de jabuticaba com wasabi que ficou registado no meu arquivo de paladares).
Ainda não vivi a noite paulistana em pleno, mas a minha amiga Pin (não me esqueci de ti!) tratou de me "arrastar" para uma noite insana, a célebre balada. Depois de um jantar demorado, e muito saboreado (com direito a discussão acalorada sobre o Lula e tudo!), no japonês Shimu, no bairro de Itaim, fomos para uma disco alternativa, Vegas Club, com vários tipos de tribos urbanas, muito ao jeito dos "inferninhos" da Rua Augusta, na Consolação. Não aguentei o pique da Pin e voltei para o hotel às cinco da manhã. Soube muito bem dançar.
Enfim, amanhã esperam-me novos compromissos e um bom desfecho, espero, com Fernanda Torres em A casa dos Budas Ditosos. A peça está em reposição no Teatro Cultura Artística, mas esgota que é uma beleza. Logo conto como foi.

6 comentários:

marta r disse...

Miguelito!!!!!!!
'Tava a ver que não aparecias!
Dj no hotel, comidinha boa, disco, teatro... hummmmmmm.... que inveja......

Bjs e continuação de bom trabalho!

Custódia C. disse...

"Ainda não vivi a noite Paulista em pleno" ..........
ah ah ah ah ah
Vá lá divertir-se!
Bjs

Fabi M. disse...

Ai, me deu uma vontade de ir para Sampa. E com a Pin como companhia então, tudo fica mais divertido né?

Anónimo disse...

Miguel querido! Pronto para mais uma noite insana? Olha, pra quem se conheceu nas pistas de Acapulco, nós nem estivemos muito insanos na noite de sábado passado... Hahaha! Obrigada pela companhia no jantar e na balada. Espero que logo tenhamos mais! Fabi, vc conosco aqui em Sampa seria SUPER!!! :o) :o) :o)

Luís F disse...

Não há nada a fazer, a parte da comida dá cabo de mim...
Diverte-te muito e vai aparecendo para contar como está a correr...

Anónimo disse...

É Fabi, em Sampa quem sabe mesmo das coisas, na hora da "balada", é a Pin!