1.5.07

As flores do 1º de Maio

Gosto da Madeira. Tenho dela uma das minhas primeiras recordações de viagem fora de Portugal continental e, já adulto, tive oportunidade de voltar ali e de me encantar de novo com muitas das peculiaridades da sua cultura e da sua geografia. Por isso mesmo, acho que a Madeira merecia mais do que ser notícia no 1º de Maio por dois factos lamentáveis.

Um deles, infelizmente, já não é novidade para ninguém, Alberto João Jardim, não contente com o descerrar ensandecido de placas inaugurais, continua a brindar-nos com pérolas como esta: a oposição ao PSD/PPD na Madeira nunca irá a lugar nenhum enquanto for feita por "pé de chinelos" e "gente rasca". Pois eu, que sou social-democrata assumido, digo que é uma pena, pois seria com enorme gosto que assistiria à sua derrota eleitoral.


O segundo caso do dia, da lavra do Dr. Paulo Portas, também não deixa de ser menos preocupante; dele, ao menos, eu sempre esperava que tivesse mais noção do peso das palavras. No seu discurso a propósito da data, saiu-se com esta:
«para nós CDS/PP trata-se de um festejo que acarinhamos. Nós acreditamos no valor do trabalho. Nós acreditamos que o trabalho liberta». Nada a opor não fosse o "trabalho liberta" um dos slogans nazis mais repetidos nos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Paulo Portas pode ser muita coisa, mas não é desinformado nem um alienado, logo não se aceita que tenha incorrido num erro tão grosseiro por mera desatenção. Um acto tão mais infeliz quando Portugal foi palco há pouco tempo de manifestações de extrema-direita que a todos nós, cidadãos de bem, envergonham.

5 comentários:

marta r disse...

O Alberto João Jardim já (quase) não me surpreende.

O Portas... bem, o Paulo Portas. Esse já entrou naquela fase de me provocar gargalhadas. Com intervalos de preocupação como este. As palavras dele são inadmissiveis. Chocantes, mesmo.

Custódia C. disse...

O que me choca ainda mais é serem dois dos políticos mais conhecidos da nossa praça, logo com maiores responsabilidades no que dizem ....

Capitão Gancho disse...

O que eu digo é que, se contruam rápidamente " Júlios de Matos " em vez de residências Mello...

Nada como ir cruzar mares.
Na verdade também roubamos, assaltamos e mentimos como os politicos em terra, mas sempre num " quadro " mais bonito, ao sabor do azul turqueza...

Ah é verdade aproveito para passar um anúnciozito:

Vende-se papagaio mentiroso, com 123 anos, e a dentição completa.
mensagem para caixa postal 000789876 - Caribe Codex

Suzi disse...

Volto já pra ler e comentar. Por ora, ficam os beijinhos.
;o)

Suzi disse...

Às vezes tenho dúvidas se são eles ou nós os imbecis, sabe? Talvez nem um nem outro. Talvez eles apenas acreditem, realmente, que o somos. E nós, pela inércia, terminamos alimentando a idéia.
Nós os elegemos com tanta facilidade; por que não os expulsamos com a devida agilidade? Que representantes do povo nós temos!