24.4.07

Os amigos de Alex (2)

Mesmo sem um mapa de jeito (e sim, um lisboeta precisa de um mapa no Porto, a menos que não se importe de dar umas voltas a mais...), o fim-de-semana "Os amigos de Alex" correu muito bem.
O sol, apesar do enorme susto que nos pregou na sexta, brilhou o tempo todo.
O nosso hotel ficava a dois passos da Avenida dos Aliados. Bonitos os edifícios desta avenida. Aliás, de uma forma geral, gostei dos prédios antigos do Porto (pena que nem todos estejam devidamente recuperados) e encantei-me com as lojas de outrora que subsistem na cidade.
No Porto, apanhar um táxi é uma tarefa dura. Não, não basta colocarmo-nos num ponto visível e esticar o braço... Existem poucas praças de táxis e penámos muito para conseguir um em determinados momentos, sobretudo à hora de jantar, altura em que o centro, para nossa surpresa, fica quase deserto e sem tráfego.
As obras à volta da Rua de Santa Catarina, na Baixa portuense, são piores do que as obras de Santa Ingrácia, em Lisboa. Felizmente lá está o Majestic. Reconheço, é bem mais bonito que a Brasileira do Chiado. Cumpri o prometido e levei a M., mais a G., até lá.
Gostei da importância dada ao design nacional e alternativo em lugares como o Baazar, em Massarelos (as lojas só abrem ao fim-de-semana, a partir das 16h), que é também dos bares mais animados à noite, e Arte em Partes. Aliás, neste último, que fica na Miguel Bombarda (cadê as tão proclamadas galerias de arte, só contei um punhado delas?!), existe um quintal, que pertence à Rota do Chá, onde saboreámos variedades que nos souberam muito bem (provei o "Chá dos Amantes", com gengibre, maçã, canela...).
Aprendi que os empregados mal encarados das esplanadas da Foz não ficam lá muito satisfeitos quando perguntamos pelas francesinhas na ementa. Ficam avisados, esta iguaria (que acabei por comer contrariado) está out junto do pessoal "bem" da Foz. Como somos teimosos, e a M. queria porque queria comer uma, lá achámos uma esplanada muito agradável, virada para o mar e com várias cadeiras de lona encarnada distribuídas por diferentes decks de madeira panorâmicos, onde nos serviram uma versão especial (muito fraca, por sinal).
Tivemos azar com as exposições temporárias de Serralves (aliás, ia adormecendo a meio de uma, de tal forma era chata!), mas os jardins são um primor e tivemos um belíssimo almoço entre amigos numa pérgula enfeitada por flores púrpura de glicínia.
A Casa da Música, como suspeitava, é muito mais interessante por dentro do que por fora. Vale a pena fazer coincidir a vossa permanência ali com uma altura em que haja visita guiada (2 euros por pessoa). Os guias não são nada monocórdicos e sabem chamar a nossa atenção para coisas que, caso contrário, nos escapariam. O "auditório caixa de sapatos" é uma perdição.
O Cafeína pode até já ter uns anitos, mas continua do mais in que há. Mesa reservada num sábado à noite, em que a casa encheu (com direito ao empresário da noite lisboeta, Pedro Luz). Comemos bem, bebemos bem e conversámos muito. Um serão para recordar.
Fica a prova. Podem passar dez anos, doze anos, mas se houve uma afinidade forte lá atrás, há coisas que não se perdem. Não houve lugar para silêncios incómodos, nunca faltou assunto e a intimidade interrompida depressa foi reposta.
Há verdades que só permitimos a muito poucos.

5 comentários:

marta r disse...

Tal e qual, Miguel:"há coisas que nunca se perdem". E ainda bem. Eu é que não perdia este fim-de-semana por nada deste mundo.

Mea culpa no episódio da francesinha...

Anónimo disse...

Um fim-de-semana para ficar na memória. Afinal, há mesmo pessoas inesqueciveis.
Não nos lembramos do Museu Soares dos Reis, fica para uma próxima....

Custódia C. disse...

Foi mesmo um grande fim-de-semana! Percebe-se na escrita .... e nos comentários :)

Suzi disse...

Não li nada, ainda. Aliás, li a última frase e ela me deixou assim, por dizer, numa tremenda expectativa para ler o teu texto integralmente - o que só farei quando estiver em casa.

'Té já, querido!
;o)

Suzi disse...

Ai que delícia, Miguelito!
Dá pra sentir que foi uma final-de-semana e tanto!
Gostei desse chá que mistura maçã, gengibre e canela. Eu amo canela!

Continuo sem entender direito essa história da "francesinha"... rs*
Percebi também que até o que poderia ser chato ficou agradável, pelas companhias, pelos riso e papos.

Gostei dessa coisa de "auditório caixa de sapatos". Sabes também que adoro isso, de caixinhas e sapatinhos, né? rs*

Por fim, repito: a última frse do post é tudo!
;o)

Beijos e boa noite.