Natal no Mundo (1)

(Natal em Nova Iorque, direitos reservados)

Parte um
Sei que virou moda não gostar do Natal. Quer dizer, sempre houve pessoas a não gostar do Natal, e estão no seu pleno direito, mas agora parece que é quase de bom-tom dizer que não se liga nenhuma à quadra, que enfeites e luzes nem vê-los, que isto é só consumismo, que isto e aquilo. Pois eu, não sendo religioso e nem criança, nem alheio a certos excessos e hipocrisias que se cometem nesta altura, gosto do Natal. Ou melhor, continuo a gostar. Gosto da ideia de reunião familiar; gosto da árvore de Natal; gosto das ruas enfeitadas; gosto de dar presentes (mais do que recebê-los); gosto até, em doses moderadas, dos cânticos tradicionais; e gosto, sobretudo, que na casa dos meus pais, desde que me lembro, a minha mãe insista em fazer, todos os anos, o presépio. Não um presépio moderno, mas um “à séria”, com musgo, céu azul estrelado e figurinhas, mais ou menos toscas, algumas das quais já lascadas, que foram sendo acumuladas ao longo dos anos.
Por tudo isto, se me dão licença, vou iniciar aqui uma contagem decrescente até lá, colocando todos os dias, e porque isto é um blog de viagem, uma imagem de Natal algures no mundo. Começo por Nova Iorque, de todas as cidades que conheço aquela onde a quadra tem maior encanto.

(Presépio do MNAA, direitos reservados)

Parte dois
No próximo sábado, dia 16, a partir das 21 horas e até à uma da manhã, o Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, abre as suas portas para uma iniciativa inédita, alusiva à quadra. Com entrada gratuita, os visitantes terão oportunidade de participar em visitas guiadas por técnicos do MNAA, que vão explicar cada peça ali exposta, pertencentes a uma vasta colecção que inclui, entre muitas outras coisas, presépios em barro policromado, tábuas quinhentistas com Natividades e Adorações, esculturas das Virgens do Ó ou até mesmo as manjedouras em miniatura que serviram de berço ao Menino Jesus. E como se trata de uma iniciativa apadrinhada pelo Millennium BCP, mecenas do MNAA, vai haver ainda a actuação de grupos corais e uma ceia de Natal, também ela gratuita, com chocolate quente e doces da época. De salientar que, na sala de desenhos do museu, abrirá nessa mesma noite ao público a exposição “O Ciclo da Natividade”, com ilustrações dos séculos XVI a XVIII.