20.12.06

A Ilha da Fantasia (2)

(Vista aérea da Necker Island, direitos reservados)

E assim se deixa fugir, quiçá, a oportunidade única de uma vida. Descubro agora ― tarde demais! ― que podia ter sido “dono” de uma ilha durante uma semana inteirinha, entre 4 e 10 de Dezembro, e não soube aproveitar a sorte que me bateu à porta. E tudo isto porque o magnata Richard Branson, perdão, Sir Richard Branson, o dono da Virgin, acordou um dia bem-disposto e disse para os seus botões: bom, tenho mais com que me entreter até lá, por isso não custa nada fazer um jeito… Afinal, há para ai tanta gente a sonhar com ilhas desertas e eu tenho uma e não lhe ligo nenhuma… Vai daí, teve a ideia brilhante, não de oferecer a ilha de graça por uma semana (que isso até parecia mal, pois lá diz o povo “quando a esmola é grande, o santo desconfia”), mas de fazer um preço simbólico para que comuns mortais pudessem saber o que é ter uma ilha à sua disposição por uns dias. Para que se perceba a magnitude do gesto, há que entender duas coisas:

(Necker Island, direitos reservados)
  • Primeiro: não julguem que estou a falar de uma ilhota qualquer, tipo Berlengas (sem desfazer das mesmas, que têm lá os seus encantos). Não, a Necker, assim se chama, é uma ilha “à séria”, situada entre as Ilhas Virgens Britânicas, nas Caraíbas, com mar azul, areal muito alvo e recifes de coral como só se vêem nos folhetos turísticos. Fora as mordomias como campos de ténis, piscinas, ginásio, salão de jogos, e outras coisas, que isso de brincar aos náufragos só é giro na televisão e com o Tom Hanks.
  • Segundo: a ilha tem capacidade para até 28 pessoas, que se dividem por instalações como nove quartos na casa principal e cinco chalés autónomos ao jeito balinês, mas Branson não têm por hábito arrendar quartinhos como num mero hotel cinco estrelas. Não, ele quando arrenda a ilha fá-lo por inteiro a tipos que tenham tanto ou quase tanto dinheiro como ele.

(Necker Island, direitos reservados)

Posto isto, é ou não louvável que ele, talvez imbuído pelo Natal, tenha decidido abrir uma excepção e decretado: podem ficar na minha ilha por uma semana pelo preço de um simples quarto (e entendam simples como um abuso de expressão da minha parte). Okay, o “quartinho” mais simples durante um mínimo de três e um máximo de sete noites, em pensão completa mas sem voos incluídos até às Caraíbas, não saiu por menos de oito mil euros por casal, mas é uma ilha, meus senhores. Depois, se ele pede isto por um “simples” quarto, já imaginaram quanto pedirá pela ilha toda? ― Não imaginam, mas eu digo: nunca menos de 40 mil euros por noite, mas dá para rachar a despesa com amigos!


(Necker Island, direitos reservados)

Enfim, agora não há mais nada a fazer. Até ele se decidir de novo por algo do género, vou ter de me contentar a olhar para aqui.

Não consta que fizesse parte do pacote...

(Modelo fotografada para a Sports Illustrated na Necker Island, direitos reservados)

3 comentários:

marta r disse...

Hoje que está um dia PARTICULARMENTE gélido uma pessoa olha para esta imagem, lê o texto, imagina o mar azul, o areal alvo, os recifes de coral e pensa o quê? Há tipos com muita sorte, pois há. O que eu gostava de ser amiga deste Sir...

Luís F disse...

Como é bom sonhar...

Custódia C. disse...

Puxa, nem consigo comentar este post.....