30.4.07

Bloody Monday!

(Alan Keohane, direitos reservados)


Uma segunda-feira não o deixa de ser só porque, de repente, aparece espremida entre um domingo e um feriado nacional, mas lá que ajuda, isso ajuda.
Só mais uma coisa: descobri o fotógrafo Alan Keohane numa viagem a Marraquexe, que tive agora a alegria de reencontrar na Net (abençoada!), e fiquei fascinado pelo seu trabalho. Até me cansar, não se admirem de o ver por aqui nos próximos tempos.

27.4.07

Bom fim-de-semana!

(Alan Keohane, direitos reservados)



Hoje acordei com saudade do que ainda não vivi, de quem ainda não chegou, dos lugares onde ainda não estive. Há dias assim, em que o hoje já não nos basta mais.

26.4.07

Antecipação

Ute Lemper

Esta senhora vem ai e eu ainda não comprei o meu bilhete.
The case continues
...

25.4.07

Memória curta


Nem tudo no pós-25 de Abril me agradou (os desmandos políticos, os saneamentos básicos, o caos do PREC), mas enquanto houver neste País uma minoria de gente teimosa que se mobiliza para eleger António de Oliveira Salazar como o "grande português", é um sinal mais do que claro que os discursos políticos no dia 25 de Abril podem até ter ficado reduzidos a mera conversa de circunstância, mas que nunca é demais lembrar a Revolução dos Cravos. E, já agora, ensinar às nossas crianças e jovens o que foi o antes, o durante e o depois. Para que a ignorância não continue a servir de desculpa.

24.4.07

Os amigos de Alex (2)

Mesmo sem um mapa de jeito (e sim, um lisboeta precisa de um mapa no Porto, a menos que não se importe de dar umas voltas a mais...), o fim-de-semana "Os amigos de Alex" correu muito bem.
O sol, apesar do enorme susto que nos pregou na sexta, brilhou o tempo todo.
O nosso hotel ficava a dois passos da Avenida dos Aliados. Bonitos os edifícios desta avenida. Aliás, de uma forma geral, gostei dos prédios antigos do Porto (pena que nem todos estejam devidamente recuperados) e encantei-me com as lojas de outrora que subsistem na cidade.
No Porto, apanhar um táxi é uma tarefa dura. Não, não basta colocarmo-nos num ponto visível e esticar o braço... Existem poucas praças de táxis e penámos muito para conseguir um em determinados momentos, sobretudo à hora de jantar, altura em que o centro, para nossa surpresa, fica quase deserto e sem tráfego.
As obras à volta da Rua de Santa Catarina, na Baixa portuense, são piores do que as obras de Santa Ingrácia, em Lisboa. Felizmente lá está o Majestic. Reconheço, é bem mais bonito que a Brasileira do Chiado. Cumpri o prometido e levei a M., mais a G., até lá.
Gostei da importância dada ao design nacional e alternativo em lugares como o Baazar, em Massarelos (as lojas só abrem ao fim-de-semana, a partir das 16h), que é também dos bares mais animados à noite, e Arte em Partes. Aliás, neste último, que fica na Miguel Bombarda (cadê as tão proclamadas galerias de arte, só contei um punhado delas?!), existe um quintal, que pertence à Rota do Chá, onde saboreámos variedades que nos souberam muito bem (provei o "Chá dos Amantes", com gengibre, maçã, canela...).
Aprendi que os empregados mal encarados das esplanadas da Foz não ficam lá muito satisfeitos quando perguntamos pelas francesinhas na ementa. Ficam avisados, esta iguaria (que acabei por comer contrariado) está out junto do pessoal "bem" da Foz. Como somos teimosos, e a M. queria porque queria comer uma, lá achámos uma esplanada muito agradável, virada para o mar e com várias cadeiras de lona encarnada distribuídas por diferentes decks de madeira panorâmicos, onde nos serviram uma versão especial (muito fraca, por sinal).
Tivemos azar com as exposições temporárias de Serralves (aliás, ia adormecendo a meio de uma, de tal forma era chata!), mas os jardins são um primor e tivemos um belíssimo almoço entre amigos numa pérgula enfeitada por flores púrpura de glicínia.
A Casa da Música, como suspeitava, é muito mais interessante por dentro do que por fora. Vale a pena fazer coincidir a vossa permanência ali com uma altura em que haja visita guiada (2 euros por pessoa). Os guias não são nada monocórdicos e sabem chamar a nossa atenção para coisas que, caso contrário, nos escapariam. O "auditório caixa de sapatos" é uma perdição.
O Cafeína pode até já ter uns anitos, mas continua do mais in que há. Mesa reservada num sábado à noite, em que a casa encheu (com direito ao empresário da noite lisboeta, Pedro Luz). Comemos bem, bebemos bem e conversámos muito. Um serão para recordar.
Fica a prova. Podem passar dez anos, doze anos, mas se houve uma afinidade forte lá atrás, há coisas que não se perdem. Não houve lugar para silêncios incómodos, nunca faltou assunto e a intimidade interrompida depressa foi reposta.
Há verdades que só permitimos a muito poucos.

20.4.07

Bom fim-de-semana!

Não sei como vai ser o vosso fim-de-semana, mas o meu espero que seja MUITO bom. Esta tarde apanho o Alfa Pendular para o Porto.



Espero não apanhar nenhum torcicolo de tanto olhar para as obras expostas na Fundação Serralves. Estou mortinho para me apanhar lá.


Espero não acabar a carregar os sacos das compras das meninas. Vamos lá ver é se não é ao contrário. Upssss!


Será que vou cair na esparrela de voltar a provar uma "francesinha"... Não sei não, essa iguaria portuense ainda não me convenceu. Além de que é uma bomba calórica e o Verão está ai. Ná, não me parece...


As meninas que me perdõem, mas vou espiar pelo canto do olho as autóctones. Sempre quero ver quem está mais à frente, as "alfacinhas" ou as "tripeiras".


Fundamental escolher um restaurante simpático para jantar, de preferência um onde a M.R. não se sinta confrangida em dar as suas baforadas a seguir ao repasto. O que querem, a rapariga é viciada em nicotina!


E à noite, quem sabe, não consigo convencer o pessoal a cair na farra!

* As ilustrações são do catalão Jordi Labanda

19.4.07

Os amigos de Alex


Quem nunca viu ou ouviu falar de
Os amigos de Alex (no original The Big Chill), um filme notável de Kasdan que marcou a década de 1980, que ponha a mão no ar.

Lembrei-me do filme a propósito de uma reunião de antigos colegas que vou ter este fim-de-semana. Passaram-se mais de dez anos desde que o acaso, e a necessidade de começarmos por algum lado no jornalismo, nos juntou numa empresa de comunicação de que nem vale a pena recordar o nome. A experiência em si não deixou saudades, nem sequer durou muito tempo (no meu caso, se não me engano, não terá ultrapassado os seis meses), mas o mesmo não se pode dizer do convívio que tivemos. As noitadas a terminar textos, os almoços no chinês da esquina, as jantaradas seguidas de copos no Bairro Alto, os lanches que sempre arranjávamos maneira de prolongar para desespero da nossa "carrasca" (o que será feito da senhorita Candeias?), as trocas de galhardetes, a minha fama de "sindicalista" só porque não me cansava de abrir os olhos a quem andava naquilo ainda há menos tempo do que eu (como tinha feito antes um estágio e uma colaboração no jornal Diário de Notícias, já me achava o maior)...

Lembro-me que, a dada altura, tinha a minha secretária frente à da M.R., o que facilitava a troca de mensagens clandestinas. É com ela que vou rumar, já esta sexta, ao Porto, onde nos esperam colegas vindos de outros pontos do país. O Porto foi eleito como território neutro, a meio caminho para todos. É claro que vamos aproveitar a reunião para matar saudades - não fosse o MSN, teríamos perdido o contacto, pois alguns de nós já não se vêem há muitos anos -, mas a escolha da Invicta, com tanto para ver, não foi feita ao acaso. Faça chuva ou faça sol (já agora que faça sol, por favor!), tenho a certeza que vão ser uns dias muito bem passados. Afinal, recordar também é viver.

18.4.07

Na pele do lobo

Eu sei que a estória já anda a ser contada há demasiado tempo. Reconheço até que a estória, de tão repetida nos ínfimos detalhes, já cansa. Eu, pelo menos, estava decidido a deitá-la para trás das costas. Mas não deixam. A menos que eu queira dar uma de alienado e prefira reter-me no nosso primeiro-ministro a cumprir o seu papel institucional em Marrocos ― posso sempre também dizer: olha que giro, já estive ao pé daquelas muralhas rosa (ou serão salmão?) de Marraquexe!

Acontece que a estória está mal contada. Acontece que, por mais que me esteja a borrifar se José Sócrates é ou não engenheiro e ache que o país tem coisas bem mais urgentes para discutir, há coisas a mais a não baterem certo. Afinal, a revelação do dossier-bomba de ontem foi adiada para hoje. Pode ser que a montanha acabe por parir um rato. Não será a primeira vez.

Mas digam-me uma coisa, vocês que, tal como eu, estudaram numa universidade (pública, privada, não interessa), lembram-se alguma vez de ter entregue uma prova (de inglês técnico ou de outra coisa qualquer, tanto faz) não no local onde decorreu a dita prova, mas de a enviar mais tarde, directamente para o reitor da universidade, devidamente acompanhada de um cartão com o timbre de um gabinete de Secretaria de Estado? É a velha questão: à mulher de César não basta ser honesta, ela tem também de provar que é honesta.

Se José Sócrates não queria estar envolvido neste lodaçal de suspeitas, nada mais simples do que se ter comportado como um estudante comum de engenharia. Acontece que José Sócrates não se comportou como um estudante igual aos outros. Porque aos outros estudantes, estou certo, não foi permitido fazer uma prova em casa (sabe-se lá recorrendo a que ajudas externas), nem enviá-la mais tarde, deixando clara a sua função enquanto secretário de Estado. Nada me move contra Sócrates, até o respeito tirando uma questão ou outra com a qual não concordo (o novo aeroporto, o TGV…), mas se ele não queria ser lobo, bastava-lhe não ter vestido a pele. Tão simples como isto.


17.4.07

Post it!

  • Tentar não ouvir mais de uma vez na rádio a música Chasing Cars, dos Snow Patrol. Gosto muito dela e não queria correr o risco de me enjoar de tanto a escutar. Será que dá para variarem um pouco de repertório, please?
  • Arranjar coragem para me meter na fila dos impressos do Bilhete de Identidade. Sou tão organizado, mas tão organizado, que não contente em deixar caducar o B.I., também deixei caducar o passaporte... Logo eu que até não preciso de um nem de outro...
  • Queimar mais umas calorias da Páscoa no ginásio. Sempre é melhor do que ficar em casa e, no meio de um zapping, ter o infortúnio de dar de caras com a dupla mais insuportável da televisão portuguesa (ainda pior que o Malato e a Merche Romero). Estou a falar da Rita Ferro Rodrigues e do Nuno Graciano. Sejam sinceros, é má vontade minha ou aqueles dois são mesmo do piorzinho que já nos apareceu pela frente nos últimos tempos?
  • Mais um episódio de Oz na Sic Radical. Afinal, aquele canal sempre serve para alguma coisa desde que os Gatos Fedorentos se puseram a andar....
  • Não posso perder mais um capítulo emocionante do folhetim "Sim, sr. engenheiro". Para hoje, os argumentistas, que bem puxam pela cabeça para nos manter colados ao ecrã, prometem revelações bombásticas. Diz-se que vai meter cofre blindado e tudo! Ena, ena, mas agora eu pergunto: não fizeram o mesmo com o final previsível de uma novela da TVI?
  • Vem ai a segunda temporada da Floribella. Salve-se quem puder!
  • Marcação no dentista ao final da tarde. Há melhor maneira de terminar um dia de sol? Qual quê, já me estou a ver deitado na cadeira, de boca aberta, com um tubo enfiado, a língua dormente e uma luz incandescente apontada aos olhos. Depois, o barulho da broca. Tudo em câmara lenta. Fecho os olhos. Pura magia.

Para M.R.

  • O mais importante de tudo: não me posso esquecer de desejar FELIZ ANIVERSÁRIO a uma amiga muito querida. Já nos conhecemos há anos, mais de dez se a memória não me atraiçoa. Ao longo do tempo, houve períodos em que mal nos vimos, mas nunca perdemos o contacto nem a afinidade. Miúda (só não coloco aqui o teu link porque não sei se gostarias...), que contes muitos! Sei que o melhor presente de todos já ganhaste (para quando a prometida festa de inauguração?), mas achei uma ilustração do Jordi Labanda que é a tua cara. Audrey Hepburn, eu sei que tu adoras, no seu melhor. Não te convido a tomar o pequeno-almoço no Tiffany's, mas levo-te, se quiseres, ao Majestic já no próximo sábado. Combinado?

15.4.07

Colírio

a abrir
Avesso a despedidas, JMS saiu de cena à francesa. Não é um adeus. É mais um "até qualquer dia". Em seu lugar fica Miguel S., que tratou de arrumar a casa como lhe deu na real gana. Habituado a comentar nos blogues alheios o que lê, Miguel S. não é um alter-ego de JMS. Os dois são um só, com uma diferença: como não tem uma reputação a defender, Miguel S. não revela pruridos em mostrar-se às avessas.



A partir de hoje, Camila Pitanga regressa aos ecrãs portugueses na novela Paraíso Tropical, de Gilberto Braga. Gosto da Camila. Gosto ainda mais do que ela representa. Um ideal de beleza que resulta da soma e não da subtracção. Camila não é branca. Camila não é negra. Qual é, então, a cor de Camila? E isso importa? Há quem tenha dito, poeticamente, que Camila é da cor da pitanga. Será? Eu, por mim, dispenso saber qual a cor de Camila. É linda do jeito que é, e isso basta-me.

5.4.07

Boa Páscoa!

(Semana Santa, Sevilha, direitos reservados)

Há muitos anos, escrevi, a propósito da Semana Santa em Sevilha, o seguinte:


A imagem de uma Virgem que chora. Uma janela que se abre para deixar alguém cantar. Um nazareno exausto que molha os lábios no sangre de Cristo. Uma voz rouca que lança um piropo à Triana. Retábulos vivos de Sevilha, a barroca, na semana em que, por amor a Jesus, mergulha numa imensa orgia litúrgica de sangue, suor e lágrimas. (JMS, in Rotas & Destinos, Abril de 1996)


Ganhei um prémio por esta reportagem e não o esqueço até hoje.
Desejo-vos uma Páscoa com tudo a quem tem direito. Pessoalmente, é mais uma época que serve de pretexto para juntar a família e isso é sempre bom. Até breve!


4.4.07

Enigma (3)

(Pirâmides de Gizé, Egipto, direitos reservados)

Sei que estou a abusar da vossa boa vontade... mas tenham mais um pouco de paciência! Se até o mistério das Pirâmides de Gizé parece ter sido, finalmente, desvendado, quem sabe eu também consigo deslindar esta charada em que me encontro...

3.4.07

Enigma (2)


Estou com preguiça mental. Não sei bem o que postar. Sei aquilo que não quero mais postar e só. Até descobrir, continuo escondido debaixo do sombrero. Algo vai ter de mudar.. ainda não sei é o quê.

2.4.07

Enigma

(Ilha da Páscoa, Chile, direitos reservados)

Este blogue está a chegar ao fim de uma era. Novos tempos se anunciam. Quem viver, verá.